terça-feira, 19 de agosto de 2008

ESPETÁCULO: "A BIBLIOTECA MABU"













Descrição do processo de construção e confecção do cenário e figurino do espetáculo BIBLIOTECA MABÚ
Cenário:


1. Material:
a) Metalon 30x50mm -6m;
b) Papelão de espessuras variadas;
c) Porcas borboletas;
d) Bagum;
e) Tinta.
2. Construção:
O cenário terá uma base estrutural de 06 (seis) painéis giratórios de 03m x 1,50m cada um, construídos em metalon, todos encaixados, tendo como medida padrão 1,50m;
Os painéis giratórios serão revestidos com bagum branco nas duas faces e pintados com motivos pertinentes à dramaturgia do espetáculo;
A estrutura de metalon com os painéis giratórios será revestida nas laterais com papelão com formato barroco e acabamentos com jornal e demais tipos de papel que se aplicar ao acabamento, enfocando a questão da reciclagem de papel;
3. Serão construídos ainda um púlpito, uma escrivaninha e uma cadeira com a estrutura de metalon e revestidos com papelão e demais tipos de papel que se aplicar aos acabamentos todos com motivos barrocos, seguindo o mesmo estilo da estrutura dos suportes dos painéis giratórios .
4. Teremos ainda seis pilhas de livros medindo 1,00mx1,20mx40cm, construídos com papelão, sendo que duas dessas pilhas possuem estruturas de metalon por dentro para que o ator use-as como cadeira ou sugira algum tipo de brincadeira com eles.
Figurino:
1. Material:
a) Algodão cru;
b) Tecido Jacá para sofá;
c) Verniz;
d) Cola branca;
e) Linha de poliéster ou nylon;
f) Papelão;
g) Jornais;
h) Revistas;
i) Filtro de café usado;
j) Bobinas de papel;
k) Tintol;
l) Chapéu de palha;
m) Cola de tecido;
n) Agulha de mão grossa;
o) Tampas e garrafas pet’s;
p) Curvim vermelho;
q) Arame.
2. Confecção:


O figurino será confeccionado de acordo com os desenhos já elaborados e anexos a esse documento. Terá na sua maior parte uma base de algodão cru grosso, onde serão colocados papel de revista, livro velhos e jornais com cola branca e dado o acabamento com uma camada fina de verniz. Após serão imprimidas texturas e cores de acordo com os motivos cromáticos já estabelecidos nos desenhos;
Será confeccionada uma bengala, um roc-roc, uma bolsa tira-colo, e dois livros cênicos como adereços dos personagens;
Também serão utilizados na confecção e acabamentos dos figurinos e adereços materiais recicláveis como tampas e garrafas pet’s e demais materiais que sejam enquadrados dentro desta proposta de reciclagem, sendo que a predominância será dada à reciclagem de papel por dialogar com a dramaturgia e enredo do espetáculo.
Obs: Cenário e figurino levam uma proposta politicamente e ecologicamente correta, pois na construção e confecção dos mesmos teremos serão utilizados uma grande quantidade de materiais recicláveis como papel e garrafas pet’s.

Carlos Henrique, cenógrafo

quinta-feira, 24 de julho de 2008

TEATRO POBRE???!!!







Ensaio sobre JERZY GROTOWSKI
Jerzy Grotowski (Famoso diretor de teatro polaco ) 1933 – 1999




Jerzy Grotowski (Rzeszów, 11 de agosto de 1933 — Pontedera, 14 de janeiro de 1999) foi um diretor de teatro polonês e figura central no teatro do século XX, principalmente no teatro experimental ou de vanguarda.
Seu trabalho mais conhecido em português é "Em Busca de um Teatro Pobre", onde postula um teatro praticamente sem vestimentas, baseado no trabalho psicofísico do ator. A melhor tradução de "teatro pobre" seria teatro santo ou teatro ritual. Nele Grotowski leva as últimas conseqüências as ações físicas elaboradas por Constantin Stanislavski, buscando um teatro mais ritualístico, para poucas pessoas. Um dos seus assistentes e responsável pela divulgação e publicação de seus trabalhos é o hoje famoso teatrólogo Eugenio Barba.
Famoso diretor de teatro polaco nascido em Rzeszów, sudeste da Polônia, inovador do teatro do século XX e cujas idéias deixaram marcas profundas nos movimentos de renovação teatral em várias partes do mundo, inclusive nos Estados Unidos. Graduou-se na escola dramática estatal de Cracóvia (1951-1955) e, em seguida, foi estudar direção no Instituto de Artes Dramáticas Lunacharsky, o GITIS, em Moscou (1955-1956), onde aprendeu técnicas de atuação e direção com grandes nomes do teatro soviético como Stanislavsky, Vakhtangov, Meyerhold e Tairov. De volta à Polônia, continuou estudando direção e debutou (1957) no Stary Teatr, em Cracóvia, colaborando com Aleksandra Mianowska, na produção de Eugene Ionesco, As cadeiras. No ano seguinte (1958) dirigiu uma produção workshop de Prospero Mérimée, O diabo feito uma mulher. Depois de dirigir Bogowie deiszkzu, de Jerzy Krzyszton, no Teatr Kameralny, e Uncle Vanya, de Anton Chekhov, no Stary Teatr, ambos em Cracóvia, passou a fazer parte do Teatro Laboratório, fundado nesse mesmo ano (1959), em Opole. Defendendo uma teoria teatral que ele mesmo definiu em seus escritos como teatro pobre, o diretor polonês propôs maior participação do público, idéia aplicada em suas primeiras montagens. Dirigiu textos clássicos, como Fausto (1963), Hamlet (1964) e O príncipe constante (1965), de Calderón de la Barca e fundou em Varsóvia o Teatro Laboratório Polonês (1965), grupo que dirigiu em várias produções de sucesso na Europa e apresentou-se pela primeira vez em Nova York (1969) com grande sucesso. Foi nomeado Full Professor da Ecole Supérieure d'Art Dramatique in Marseille (1971). Dirigiu outras peças nos Estados Unidos e fundou a American Institution for Research and Studies into the Oeuvre of Jerzy Grotowski, com o objetivo de popularizar suas idéias inovadoras nos USA. Regressou à Polônia (1980) onde montou O teatro das origens, produção de fundo antropológico com a qual se apresentou em diversos países. Mudou-se para os EEUU (1982) onde foi professor na Columbia University, em New York, e depois professor na University of California (1983). Fixou-se em Cracóvia (1984), mas pouco depois mudou-se para Pontedera, Itália (1985), onde morreu. Ganhou várias homenagens internacionais e nacionais na Polônia, foi Doutor Honorário das Universidades de Pittsburgh (1973), de Chicago (1985) e de Cracóvia (1991) e nomeado Professor do College de France (1997).

Os primeiros anos

Grotowski nasceu em Rzeszów Polônia e viveu até a idade de seis anos em Przemyśl. Durante a Segunda Guerra Mundial a família se separa. Sua mãe muda-se com ele para Nienadówka. Seu pai serviu como oficial no exército polonês indo para a Inglaterra. Grotowski, sua mãe e seu irmão conseguiram fugir dos nazistas e se refugiaram numa fazenda de seu tio. Este era arcebispo em Cracóvia e foi nesta época que Grotowski despertou para a vida espiritual que orientaria toda sua vida artística. O trabalho de Grotowski no teatro se torna uma espécie de busca espiritual, uma confrontação entre o homem e a mitologia. É central em seus escritos e em sua prática a figura do ator "santo".
Em 1955 Grotowski se formou em interpretação na escola técnica de teatro de Kracóvia. Logo depois ele vai para Moscou para estudar direção no (GITIS) Instituto Lunacharsky de Artes Teatrais. Ele fica em Moscou até 1956, aprendendo os caminhos trilhados pelos grandes artistas russos como Stanislavski, Vakhtangov, Meyerhold e Tairov. Depois ele retorna a Polônia e se especializa em direção, se formando em (1956–1960).

Montagens (1957-1969)

Em 1958 ele dirigiu sua primeira peça "Deuses da Chuva" adaptada de um romance de Jerzy Krzyszton. Anunciando a notoriedade que ele teria, esta foi uma montagem que causou muita controversia pela forma que ele adaptou o texto. Grotowski anunciava, "Em respeito ao minha atitude com o texto dramático, eu penso que o diretor deve tratá-lo apenas como um tema em cima do qual ele constrói um novo trabalho artístico que é o espetáculo teatral " (em R. Konieczna, "Przed premiera 'Pechowcow'. Rozmowa z rezyserem" / "Antes da estréia de 'O Infeliz' - Uma conversa com o diretor"). Esta abordagem ele iria incorporar em toda sua carreira, influenciando muitos artistas que o sucederam. Ainda no mesmo ano Grotowski mudou-se para Opole onde ele assumiu a direção do Teatro das 13 Fileiras. Local onde ele organizou um conjunto de atores e colaboradores artísticos que iriam ajudá-lo no desenvolvimento de sua visão artística.

Entre as muitas produções as mais famosas foram "Orfeu" de Jean Cocteau, "Shakuntala" inspirado no texto de Kalidasa, "Dziady" de Adam Mickiewicz e "Akropolis" de Stanislaw Wyspianski. Esta última foi a primeira realização completa de sua formulação de 'teatro pobre'. Nela a companhia de atores, representando prisioneiros de um campo de concentração, construíam a estrutura de um crematório em volta da platéia, enquanto representavam histórias da bíblia. Esta concepção teve particular ressonância para o público de Opole, já que o campo de concentração de Auschwitz se localiza apenas a cerca de cem quilômetros de distância. "Akropolis" foi uma peça que chamou muito a atenção e praticamente o lançou internacionalmente.

Em 1964 ele deu seqüência a seu sucesso com a estréia de "A Trágica História de Doutor Faustus" adaptada de um importante autor do teatro elizabetano Christopher Marlowe. Além do uso de poucos objetos na cena, Grotowski orientou os atores a representarem diferentes objetos. Numa cena, onde o papa está presente num jantar, um ator representava a sua cadeira e outro a comida. Estes dois atores também assumiam o papel de Mephistopheles em outra parte da peça, demonstrando o caminho que Grotowski desenvolveu colocando diferentes camadas de significados em suas produções.

Em 1965 ele muda sua companhia para Wrocław com o novo nome de "Teatr Laboratorium" (Teatro Laboratório), em parte para evitar a pesada censura a que os teatros profissionais tinham que se submeter na Polônia daquele tempo.

"O Príncipe Constante " foi sua primeira grande encenação, em 1967, considerada uma das mais importantes encenações do século XX, com descrição detalhada em seu livro "Em Busca...". A interpretação de Ryzsard Cieslak's, no papel título, é considerada o melhor exemplo da técnica de interpretação buscada por Grotowski's. Em fase posterior Grotowski assume um estilo parateatral, explorando o significado do ritual e da performance fora do contexto da obra de arte.

1969 viu a última produção profissional de Grotowski como diretor. "Apocalypsis Cum Figuris" é também mundialmente reconhecida como uma da melhores produçõoes teatrais do século XX. Novamente utilizando textos da biblia, esta produção é reconhecida pelos membros da companhia como uma exemplo típico da interpretação total por ele almejada. Durante o processo de ensaio, que durou três anos, Grotowski abandona as convenções do teatro tradicional e se envereda pelos caminhos de investigação do ritual.

Grotowski revolucionou o teatro e, junto com seu primeiro aprendiz, Eugenio Barba, líder e fundador do Odin Teatret e mentor do teatro antropológico, é considerado um dos mentores do teatro contemporâneo e de vanguarda. Barba foi fundamental na divulgação do trabalho de Grotowski ao mundo no ocidente, rompendo a barreira da burocracia comunista. Barba é editor de Em busca de um Teatro Pobre (1968), no qual Grotowski afirma que o teatro não deveria, porque não poderia, competir contra o espetáculo cinematográfico e deveria se concentrar em sua principal qualidade, os atores que se apresentam a frente dos espectadores.

Fundamentos de um teatro pobre

Em seu livro podem ser encontrados os dez princípios dos estudantes de seu teatro laboratório. Grotowski escreveu este texto para uso interno. Abaixo alguns trechos:
"(...) fazemos um jogo duplo de intelecto e instinto, pensamento e emoção; tentamos dividir-nos artificialmente em corpo e alma. (...) Em nossa busca de liberação atingimos o caos biológico."
" A arte não é um estado da alma (no sentido de algum momento extraordinário e imprevisível de inspiração), nem um estado do homem (no sentido de uma profissão ou função social). A arte é um amadurecimento, uma evolução, uma ascenção que nos torna capazes de emergir da escuridão para uma luz fantástica "
" como o material do ator é o próprio corpo, esse deve ser treinado para obedecer, para ser flexível, para responder passivamente aos impulsos psíquicos, como se não existisse no momento da criação - não oferecendo resistência alguma. A espontaneidade e a disciplina são os aspectos básicos do trabalho do ator, e exigem uma chave metódica "

O "teatro pobre" de Grotowski

Segundo Grotowski, o fundamental no teatro é o trabalho com a platéia, não os cenários e os figurinos, iluminação, etc. Estas são apenas armadilhas, se elas podem ajudar a experiência teatral são desnecessárias ao significado central que o teatro pode gerar.
O pobre em seu teatro significa eliminar tudo que é desnecessário, deixando um ator ou atriz vunerável e sem qualquer artifício. Na Polônia, seus espetáculos eram representados num espaço pequeno, com as paredes pintadas de preto, com atores apenas com vestimentas simples, muitas das vezes toda em preto.
Seu processo de ensaio desenvolvia exercícios que levavam ao pleno controle de seus corpos para desenvolver um espetáculo que não deveria ter nada supérfluo, também sem luzes e efeitos de som, contrariando o cenário tradicional, sem uma área delimitada para a representação.
A relação com os espectadores pretendia-se direta, no terreno da pura percepção e da comunhão. Se desafia assim a noção de que o teatro seria uma síntese de todas as artes, a literatura, a escultura, pintura, iluminação, etc...

Grotowsky no Brasil

O crítico carioca Yan Michalski descreve, na apresentação brasileira da terceira edição de "Em Busca de um Teatro Pobre", a passagem do diretor polonês no país em 1974. Afirma Michalski que, em todas as conversas e pronunciamentos naquela época, Grotowski insinuou que a parte teatral daquele livro não mais o interessava, e não representava seu pensamento, que ele pessoalmente não estava mais interessado em teatro. Que em seu novo livro "Dia Santo", publicado naquela época, não tratava mais de teatro mas sim de encontros, reuniões de pequenos grupos de pessoas que conviveriam durante alguns dias, dedicando-se apenas a exercícios não verbais, em busca de uma forma privilegiada de contato não verbal, desenvolvendo suas capacidades espirituais e meditações. As técnicas teatrais eram usadas nesses encontro apenas para desencadear energias no plano espiritual. Mesmo assim Michalski revalidava a importância do livro pelas colocações teórico-práticas de formação do ator.
Carlos Henrique, cenógrafo

quinta-feira, 10 de julho de 2008

ENSAIO SOBRE FIGURINO PARAENSE


FIGURINO
Segundo o dicionário Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, figurino: “1.Figura que representa o traje da moda. 2. Revistas de modas.”

São pouquíssimos os trabalhos publicados no Brasil a respeito de figurino no teatro. Imaginem, que é coisa raríssima encontrarmos algum estudo sistematizado sobre o assunto por esses rincões nortistas, apesar de termos em passado não tão remoto em nosso solo grandes companhias de dança, teatro e espetáculos fabulosos com figurinos riquíssimos que não deixaram nenhum um rastro, digo registro, de que por aqui passaram, ou se existem estão bem escondidos, a salvo dos olhares de curiosos e estudiosos do assunto, em algum porão de teatro sendo comido pelas traças.




quinta-feira, 26 de junho de 2008

Proposta de figurino




Igaramão, personagem do espetáculo "A fábula das águas tristes", de Carlos Correia Santos, encenada pelo Grupo de Teatro Palha, que estreou dia 11 de junho de 2007, na ELETRONORTE, em Tucuruí, estado do Pará. Personagem que exigiu bastante estudo e vários esboços antes de chegarmos ao resultado final. Era de difícil concepção, pois mesclava características de uma backing vocal com Mortícia Adamns, além de ter que representar todos os igarapés, furos e paranás do mundo encantado no qual acontecia a fábula. De início a minha proposta era que fosse uma personagem masculina, no entanto era uma escolha muito óbvia.Então resolvemos dá-lhe feições bem andrógenas, que com certeza estimularia a imaginação do público e daria à personagem mais possibilidades lúdicas. Depois de vários estudos, traços, esboços e muito trabalho nasceu Igaramão, nome masculino, mas formas e gestos femininos. A cabeça com vários filetes espalhados davam volume e significavam os infinitos igarapés que a compunham, estes filetes também estavam presentes na roupa.Investiu-se no volume geral do figurino e conseguimos uma boa visibilidade para a personagem, com isso ela ganhou presença de palco impacável. A escolha das cores foi um capítulo à parte, já que elas contribuiriam de forma decisiva no visual cromático não só da personagem, mas no conjunto de toda a composição estética do espetáculo. Enfim, depois de muito trabalho, mas graças ao trabalho de todos os envolvidos, a personagem conseguiu cantar, dançar , envolver a platéia e interpretar com seguranção dos movimentos e gestos e, isso é bastante importante para o ator e foi um grande sucesso. Todos estão de parabéns e aproveito para agradecer pelo excelente trabalho!


Carlos Henrique - Cenógrafo

Croquis




Fiz um estudo e confeccionei vários esboços de croquis para uma loja de tecidos finos. O resultado foram alguns experimentos um pouco primários. Ficaram bons,eu achei, consegui propor alguns modelos e adquirir um estilo próprio. Porém confesso que me faltam habilidade e agilidade para desenvolver esse função dentro de uma loja, já que se exige uma certa rapidez do profissional que cria esses tipos de modelos. A demora em concluí-lo é meu principal obstáculo. Sei que consiguiria se treinasse com mais empenho. o resultado pode ser visto através de alguns modelos publicados nessa postagem. Leiam e critiquem. Obrigado pela atenção!



Carlos Henrique - Cenógrafo

domingo, 15 de junho de 2008

LUÍS CARLOS MARTINS PENA, GRANDE DRAMATURGO BRASILEIRO

LUÍS CARLOS MARTINS PENA, DRAMATURGO BRASILEIRO

Luís Carlos Martins Pena (Rio de Janeiro, 5 de novembro de 1815 — Lisboa, 7 de dezembro de 1848) foi dramaturgo comediógrafo, diplomata e introdutor da comédia de costumes no Brasil, tendo sido considerado o Molière brasileiro.

Sua obra caracterizou pioneiramente, com ironia e humor, as graças e desventuras da sociedade brasileira e de suas instituições. É Patrono da Academia Brasileira.





Vida

Filho de João Martins Pena e Francisca de Paula Julieta Pena, pessoas de poucas posses. Com um ano de idade, tornou-se órfão de pai; aos dez anos, de mãe. Seu padrasto, Antônio Maria da Silva Torres, deixou-o a cargo de tutores e, por destinação destes, ingressou na vida comercial, concluindo o curso de Comércio aos vinte anos, em 1835. Depois, passou a freqüentar a Academia Imperial das Belas Artes, onde estudou arquitetura, estatuária, desenho e música; simultaneamente, estudava línguas, história, literatura e teatro. Em 4 de outubro de 1838, foi representada, pela primeira vez, uma peça sua, "O juiz de paz na roça", no Teatro São Pedro, pela célebre companhia teatral de João Caetano (1808-1863), o mais famoso ator e encenador da época. No mesmo ano, entrou para o Ministério dos Negócios Estrangeiros, onde exerceu cargos diversos, tais como amanuense da Secretaria dos Negócios Estrangeiros, em 1843, e adido à Legação do Brasil em Londres, Inglaterra, em 1847. Durante todo este período, contribuiu para a literatura brasileira com cerca de trinta peças, das quais aproximadamente vinte sendo comédias, o que o tornou fundador do gênero da comédia de costumes no Brasil, e as restantes constituindo farsas e dramas. Também, de agosto de 1846 a outubro 1847, fez críticas teatrais como folhetinista do Jornal do Comércio. Em Londres, contraiu tuberculose; e, em trânsito para o Brasil, veio a falecer em Lisboa, Portugal, com 33 anos de idade, em 7 de dezembro de 1848.

Em sua obra, de período imediatamente anterior ao Romantismo (no Brasil), debruçou-se sobre a vida do Rio de Janeiro da primeira metade do século XIX e explorou, sobretudo, o povo comum da roça e das cidades. Com a ajuda de sua singular veia cômica, encontrou um ambiente receptivo que favoreceu a sua popularidade. Construiu uma galeria de tipos que constitui um retrato realista do Brasil da época e compreendem funcionários públicos, meirinhos, juízes, malandros, matutos, estrangeiros, falsos cultos e profissionais da intriga social. Suas histórias giram em torno de casos de família, casamentos, heranças, dotes, dívidas e festas da roça e das cidades.

Após sua morte, ainda vieram a público algumas de suas peças, como "O noviço" (1853) e "Os dois ou O inglês maquinista" (1871). Sua produção foi reunida em Comédias (1898), editado pela Editora Garnier, e em Teatro de Martins Pena (1965), 2 volumes, editado pelo Instituto Nacional do Livro. Folhetins - A semana lírica (1965), editado pelo então Ministério da Educação e Cultura e pelo Instituto Nacional do Livro, abrange a colaboração do autor no Jornal do Comércio (1846-1847).

Martins Pena deu ao teatro brasileiro cunho nacional, influenciando, em especial, Artur Azevedo. Sobre sua obra, escreveu o crítico e ensaísta Sílvio Romero (1851-1914): "...se se perdessem todas as leis, escritos, memórias da história brasileira dos primeiros 50 anos desse século XIX, que está a findar, e nos ficassem somente as comédias de Martins Pena, era possível reconstruir por elas a fisionomia moral de toda esta época".

Uma das principais salas do Teatro Nacional Cláudio Santoro, em Brasília, leva seu nome.

Obra:

A obra de Martins Pena reúne quase 30 peças, dentre comédias, sátiras, farsas e dramas. Destacou-se especialmente por suas comédias, nas quais imprimiu caráter brasileiro, fundando o gênero da comédia de costumes no Brasil, mas foi criticado pela baixa qualidade de seus dramas. No geral, produziu peças curtas e superficiais, contidas em um único ato, apenas esboçando a natureza das personagens e criando tramas, por vezes, com pouca verossimilhança e coerência. Ainda assim, construiu muitas passagens de grande vivacidade e situações surpreendentes e é constantemente elogiado pela espontaneidade dos diálogos e pela perspicácia no registro dos costumes brasileiros, mesmo que quase sempre satirizados.

Estes aspectos da obra de Martins Pena se devem às característica do teatro da época. Quase sempre, após a representação de um drama, era encenada uma farsa, cuja função era aliviar a platéia das emoções causadas pela primeira apresentação. Na maioria das vezes, essas peças eram de origem estrangeira (comumente portuguesa). Martins Pena, então, percebeu que poderia dar ao teatro uma natureza mais brasileira a partir de tipos, situações e costumes, tanto rurais quanto urbanos, facilmente identificáveis pelo público do Rio de Janeiro. Às cenas rurais, reservou a comicidade e o humor, explorados por meio dos hábitos rústicos e maneiras broncas da curiosa gente rural, quase sempre pessoas ingênuas e de boa índole. Já às cenas urbanas, reservou a sátira e a ironia, compondo tipos maliciosos e escolhendo temas que representavam muitos dos problemas da época, como o casamento por interesse, a carestia, a exploração do sentimento religioso, a desonestidade dos comerciantes, a corrupção das autoridades públicas, o contrabando de escravos, a exploração do país por estrangeiros e o autoritarismo patriarcal, manifesto tanto na escolha de profissão para os filhos quanto de marido para as filhas. Apesar disso, nada foi tratado do ponto de vista trágico e nunca um desfecho era funesto; pelo contrário, dada a finalidade destas comédias, que era a de opor-se aos dramas, a trama comum consiste na apresentação dos problemas, na resolução cômica dos empecilhos e no surgimento, muitas vezes com casamento ou namoro sério, de um final feliz.

Peças:

* O juiz de paz na roça, comédia em 1 ato (1838, primeira representação)

* Itaminda ou O guerreiro de Tupã, drama (1839)

* A família e a festa na roça, comédia em 1 ato (1840, primeira representação)

* Vitiza ou O nero de Espanha (1841)

* O judas no sábado de aleluia, comédia em 1 ato (1844, primeira representação)

* O namorador ou A noite de São João, comédia em 1 ato (1845)

* Os três médicos (1845)

* A barriga do meu tio (1846)

* Os ciúmes de um pedestre ou O terrível capitão do mato (1846)

* As desgraças de uma criança (1846)

* O diletante (1846)

* Os meirinhos (1846)

* Um segredo de estado (1846)

* O caixeiro da taverna (1847)

* Os irmãos das almas (1847)

* Quem casa quer casa, provérbio em 1 ato (1847)

* O noviço, comédia em três atos (1853)

* Os dois ou O inglês maquinista (1871)



CARLOS HENRIQUE, CENÓGRAFO

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Caravana FUNARTE, junho de 2007- São Luís

No mês de junho de 2007, o grupo de Teatro Palha viaja ao nordeste com o espetáculo Nu Nery, de Carlos Correia Santos. Através da Caravana Funarte viajamos quatro cidade, sendo a primeira São Luís. Abaixo temos algumas fotos de nossa primeira cidade SL.



Apesar de ser proibido fotografar dentro do avião conseguimos fazer esse registro.












A chegada no aeroporto de São Luís.

















O hotel Ponta da Areia onde ficamos uma semana.








A vista do Hotel, temos ao fundo essa lagoa belíssima.







O famoso guaraná Jesus.











O Albergue, valorizando a arquitetura ainda muito bem conservada do casario antigo.


Monumento-instalação bem próximo ao hotel e a praia Ponta da Areia.














Passeio pelas ruas-ladeiras e casarios antigos de São Luís।















Vista do mar no litoral maranhense.










Fontes públicas de água mineral, uma relíquia.






O ator Leonardo passeando pelas ruas antigas de SL.










Um dos vários passos que existem em são Luís.