terça-feira, 21 de junho de 2011

ESPETÁCULO SEVERA ROMANA - PARTE VIII - RESULTADOS FINAIS DE CENÁRIO E FIGURINO

Cenógrafo Carlos Henrique e a Atriz Soane Guerreiro como Severa Romana
Cenógrafo Carlos Henrique, elenco do espetáculo Severa Romana e o autor do texto Nazareno Tourinho


“Severa Romana” é um espetáculo escrito pelo escritor e dramaturgo paraense Nazareno Tourinho, no qual relata um crime brutal e horroroso que ocorreu às sete horas da noite, no dia dois de julho de 1900, no qual uma mulher comum de 19 anos, maranhense de nascimento, grávida de sete meses, para defender sua honra prefere morrer a se entregar a um homem que vivia lhe assediando de maneira descarada e infame. Por seu heroísmo, pela defesa de sua honra e do seu casamento foi elevada à categoria de Santa pela população, sem outorga de qualquer entidade religiosa.
O espetáculo fez temporada dos dias 20 a 24 de janeiro de 2010, no Teatro Waldemar Henrique, na Praça da República em Belém do Pará, no horário das 20 horas.



Cena do espetáculo Severa Romana - Edinelson Monteiro e Soane Guerreiro

Cena do espetáculo Severa Romana - Wagner Ataíde e Soane Guerreiro
Elenco do espetáculo Severa Romana - registro fotográfico - Wagner Ataíde, Dina Mamede, Ângela do Ceo, Soane Guerreiro.
Cena do espetáculo Severa Romana - Ângela do Ceo e Wagner Ataíde.
Cena do espetáculo Severa Romana - Soane Guerreiro e Edinelson Monteiro
Cena do espetáculo Severa Romana - Wagner Ataíde e Soane Guerreiro
Cena do espetáculo Severa Romana em cena Wagner Ataíde, Dina Mamede Ângela do Ceo e Edinelson Monteiro
Cena do espetáculo Severa Romana -  Edinelson Monteiro Soane Guerreiro 
Elenco do espetáculo Severa Romana - registro fotográfico Dina Mamede, Edinelson Monteiro, Soane Guerreiro, Wagner Ataíde e Ângela do Ceo

ESPETÁCULO SEVERA ROMANA - PARTE VII - ARTE E FICHA TÉCNICA

Ficha Técnica

Cenografia e Figurino
Carlos Henrique

Cenotécnico

Carlos Henrique e Hildenise

Sonoplastia

Nelson Borges, Pedro Silva e Ezequiel Negrão

Maquiagem

Nelson Borges

Iluminação

Melba Lóes e Edineusa Costa

Preparação de Atores

Dody Amâncio e Nelson Borges

Design Gráfico

Edinelson Monteiro

Assessoria de Imprensa e Divulgação
Edinelson Monteiro

Contra-Regra

Helena Ferreira e Samara Batista

Produção Executiva

Marília Moraes

Texto

Nazareno Tourinho

Direção Geral
Lúcio Martins









ESPETÁCULO SEVERA ROMANA - PARTE VI - CONCEPÇÃO DO FIGURINO

Descrição do Figurino

O figurino é naturalista, baseado na moda do começo do século XX. Será confeccionado todo em algodão cru, com cores do próprio algodão cru ou cores ocres, basicamente cores neutras para que a luz seja refletida nele, dando a temperatura do espetáculo sobre os personagens em cena. Os dois personagens masculinos terão fardas militares, uma de soldado e outra de cabo. Severa terá uma roupa de grávida usada, na época, por mulheres pobres. A vizinha terá três figurinos: uma roupa do dia-a-dia, outra de macumbeira e outra de gala. Joana Gadelha terá uma roupa de velha, própria do começo do século XX.













ESPETÁCULO SEVERA ROMANA - PARTE V - CONCEPÇÃO DO CENÁRIO






Descrição do Cenário

O cenário será construído todo de caibros, com casca, a fim de que tenhamos a tonalidade cinza, nas paredes. Eles serão arrumados de forma que lembre uma parede de taipa, mas não haverá enchimento. A proposta é termos as paredes de taipa totalmente vazadas e que o público perceba a ação também através das frestas. Teremos uma cozinha do lado esquerdo, uma sala no centro e um quarto no lado direito. A ambientação é o interior de uma casa simples e pobre, com objetos de cena como fogão, mesa, cadeiras e cama, compondo um cenário bastante naturalista.






























ESPETÁCULO SEVERA ROMANA - PARTE IV - PESQUISA DE REFERÊNCIAS

Uma historia famosa na sociedade paraense, que ocorreu mais de um século, reflete a moralidade daqueles tempos: no ano de 1900.

Severa Romana testemunha de fidelidade à vida conjugal, era filha de imigrantes italianos de origem humilde, pariu de sua terra, junto com seu marido à Belém do Grão-Pará em busca de uma vida melhor, para eles e garantir o futuro do filho que vira a nascer. Ao chegar conheceu a Senhora Joana Gadelha que lhes oferece um quartinho de seu humilde barraco para acomodar-lhes, e os mesmos pagassem um preço módico pelo aluguel. O barraco localizava-se entre os números 513 e 521, da Rua João Balbi, entre a Alcindo Cacela e 14 de Março, propriedade de sua comadre Joana Gadelha. O terreno atualmente é ocupado pelo Edifício Antônio Júnior. Aos 17 anos casou-se com um jovem, também de origem modesta, o soldado Pedro Cavalcante de Oliveira, do 15° Batalhão de Infantaria. Sua mãe era lavadeira, tendo como freguesas as alunas do Colégio Santo Antônio, dirigido pelas irmãs Dorotéias. Ao longo de sua infância e adolescência, Severa era transportadora dessa roupa e foi graças ao contato com as freiras que aprendeu a ler e escrever, norteada pelos ditames da fé católica. Uma de suas mestras foi Madre Estefânia Castro, falecida aos 97 anos de idade no ano de 1959. A religiosa é apontada como uma das principais responsáveis por ter transmitido a futura milagreira a importância da fidelidade, entre os deveres conjugais.
Após dois anos de casamento, Severa Romana engravida. Estava no sétimo mês de gestação, quando o marido a apresenta ao Cabo Antônio Ferreira dos Santos, que se encontrava em Belém tranferido do 35° Batalhão de Infantaria do Ceará. O casal decide ajudá-lo, fornecendo refeições e roupa lavada ao militar mediante módico pagamento.
Antonio Ferreira não tardou em ficar fascinado com a beleza da esposa de seu amigo. Na noite do dia 02 de julho de 1900, sabendo que o soldado Pedro ficaria de sentinela no quartel, o cabo seguiu para casa em que estava sendo hospedado sobre o pretexto de jantar mais cedo. Logo após servida a refeição, investiu contra Severa, tentando possuí-la à força. Diante da veemente recusa da jovem, o militar muniu-se de uma navalha e feriu-a mortalmente.
A notícia do crime espalhou-se rapidamente pela cidade, deixando os moradores estarrecidos como nunca antes. A vítima imediatamente passou a ser reverenciada pela população como “mártir da fidelidade matrimonial”.

ESPETÁCULO SEVERA ROMANA - PARTE III - PESQUISA DE REFERÊNCIAS





A notícia do crime

Os primeiros jornais a noticiarem o crime foram “A Província do Pará e A Folha do Norte”.
A Província do Pará foi um veículo-chave para consolidar o mito de Severa Romana. Na semana seguinte ao crime, o jornal foi o único a fazer uma ampla cobertura daquele brutal crime e, até então, incomparável assassinato. Os repórteres escreveram extensos artigos que mobilizaram a opinião pública, não deixando o caso passar despercebido. Entre os artigos estão:
“Uma fera fardada – A confissão do crime” ( pág. 03 – 03 de julho de 1900)
“Sátiro Assassino” (pág. 02 – 04 de julho de 1900)
“Heroína da honra” (domingo – 08 de julho de 1900
A Folha do Norte
“Assassinato Bárbaro” (pág. 02 – 03 de julho de 1900)
As microfilmagens desses jornais encontram-se na Biblioteca Artur Viana – Belém, Pará.


A imagem do mistério



Todo esse mito torna-se ainda mais instigante com o fato de que não existem fotos de Severa Romana. Mesmo na época de seu assassinato, o povo jamais teve a noção exata das feições de Severa. O retrato feminino colocado no cruzeiro sobre a lápide de Severa é o de uma decota carioca que alcançou uma graça junto à jovem milagreira. Em agradecimento, a fiel deixou na sepultura sua própria fotografia.

ESPETÁCULO SEVERA ROMANA - PARTE II - PESQUISA DE REFERÊNCIAS



Oração à Santíssima Trindade

Para alcançar a glorificação da mártir Severa Romana

Senhor, Deus uno e trino, que consagraste a união matrimonial, desde o principio, e por Cristo a elevastes á dignidade de Sacramento, alegrai Vossa Igreja com a glorificação de vossa serva e nossa Irmã SEVERA ROMANA, a qual não duvidou em testemunhar, até o sangue, sua fidelidade ao estado matrimonial, concedei-nos por sua intercessão, a graça (FAZ-SE O PEDIDO), que vos pedimos, por Jesus Cristo, vosso filho e Nosso Senhor, que convosco vive e reina na Unidade do Espírito Santo. Amém

ESPETÁCULO SEVERA ROMANA - PARTE I - PESQUISA DE REFERÊNCIAS


A Autópsia do cadáver de Severa Romana

Foram os médicos Stanislau de Vasconcelos e Mariano Aires de Sousa que fizeram a autópsia do cadáver de Severa Romana. Segundo o laudo, ela estava vestida de casaco, saia de chita ordinária e camisa de renda. O casaco apresentava-se rasgada na sua parte anterior, deixando o tórax coberto de sangue coagulado e tendo uma ferida ao lado direito. Da boca saia grande coagulo sanguíneo. No pescoço notava-se ferida externa, abrangendo toda região cervical anterior e laterais, estendendo-se do bordo direito do occipital à apófise mastóide ao lado oposto, e interessando todos os tecidos moles, deixando descoberta a coluna vertebral, na sua parte cervical. Após outros detalhes relativos aos ferimentos recebidos, o laudo concluiu dizendo que Severa Romana estava gerando um feto do sexo masculino, em completo estado de desenvolvimento. Assim, alem de matar a mãe, o cabo cometera, também, o infanticídio.