quinta-feira, 26 de junho de 2008

Proposta de figurino




Igaramão, personagem do espetáculo "A fábula das águas tristes", de Carlos Correia Santos, encenada pelo Grupo de Teatro Palha, que estreou dia 11 de junho de 2007, na ELETRONORTE, em Tucuruí, estado do Pará. Personagem que exigiu bastante estudo e vários esboços antes de chegarmos ao resultado final. Era de difícil concepção, pois mesclava características de uma backing vocal com Mortícia Adamns, além de ter que representar todos os igarapés, furos e paranás do mundo encantado no qual acontecia a fábula. De início a minha proposta era que fosse uma personagem masculina, no entanto era uma escolha muito óbvia.Então resolvemos dá-lhe feições bem andrógenas, que com certeza estimularia a imaginação do público e daria à personagem mais possibilidades lúdicas. Depois de vários estudos, traços, esboços e muito trabalho nasceu Igaramão, nome masculino, mas formas e gestos femininos. A cabeça com vários filetes espalhados davam volume e significavam os infinitos igarapés que a compunham, estes filetes também estavam presentes na roupa.Investiu-se no volume geral do figurino e conseguimos uma boa visibilidade para a personagem, com isso ela ganhou presença de palco impacável. A escolha das cores foi um capítulo à parte, já que elas contribuiriam de forma decisiva no visual cromático não só da personagem, mas no conjunto de toda a composição estética do espetáculo. Enfim, depois de muito trabalho, mas graças ao trabalho de todos os envolvidos, a personagem conseguiu cantar, dançar , envolver a platéia e interpretar com seguranção dos movimentos e gestos e, isso é bastante importante para o ator e foi um grande sucesso. Todos estão de parabéns e aproveito para agradecer pelo excelente trabalho!


Carlos Henrique - Cenógrafo

Croquis




Fiz um estudo e confeccionei vários esboços de croquis para uma loja de tecidos finos. O resultado foram alguns experimentos um pouco primários. Ficaram bons,eu achei, consegui propor alguns modelos e adquirir um estilo próprio. Porém confesso que me faltam habilidade e agilidade para desenvolver esse função dentro de uma loja, já que se exige uma certa rapidez do profissional que cria esses tipos de modelos. A demora em concluí-lo é meu principal obstáculo. Sei que consiguiria se treinasse com mais empenho. o resultado pode ser visto através de alguns modelos publicados nessa postagem. Leiam e critiquem. Obrigado pela atenção!



Carlos Henrique - Cenógrafo

domingo, 15 de junho de 2008

LUÍS CARLOS MARTINS PENA, GRANDE DRAMATURGO BRASILEIRO

LUÍS CARLOS MARTINS PENA, DRAMATURGO BRASILEIRO

Luís Carlos Martins Pena (Rio de Janeiro, 5 de novembro de 1815 — Lisboa, 7 de dezembro de 1848) foi dramaturgo comediógrafo, diplomata e introdutor da comédia de costumes no Brasil, tendo sido considerado o Molière brasileiro.

Sua obra caracterizou pioneiramente, com ironia e humor, as graças e desventuras da sociedade brasileira e de suas instituições. É Patrono da Academia Brasileira.





Vida

Filho de João Martins Pena e Francisca de Paula Julieta Pena, pessoas de poucas posses. Com um ano de idade, tornou-se órfão de pai; aos dez anos, de mãe. Seu padrasto, Antônio Maria da Silva Torres, deixou-o a cargo de tutores e, por destinação destes, ingressou na vida comercial, concluindo o curso de Comércio aos vinte anos, em 1835. Depois, passou a freqüentar a Academia Imperial das Belas Artes, onde estudou arquitetura, estatuária, desenho e música; simultaneamente, estudava línguas, história, literatura e teatro. Em 4 de outubro de 1838, foi representada, pela primeira vez, uma peça sua, "O juiz de paz na roça", no Teatro São Pedro, pela célebre companhia teatral de João Caetano (1808-1863), o mais famoso ator e encenador da época. No mesmo ano, entrou para o Ministério dos Negócios Estrangeiros, onde exerceu cargos diversos, tais como amanuense da Secretaria dos Negócios Estrangeiros, em 1843, e adido à Legação do Brasil em Londres, Inglaterra, em 1847. Durante todo este período, contribuiu para a literatura brasileira com cerca de trinta peças, das quais aproximadamente vinte sendo comédias, o que o tornou fundador do gênero da comédia de costumes no Brasil, e as restantes constituindo farsas e dramas. Também, de agosto de 1846 a outubro 1847, fez críticas teatrais como folhetinista do Jornal do Comércio. Em Londres, contraiu tuberculose; e, em trânsito para o Brasil, veio a falecer em Lisboa, Portugal, com 33 anos de idade, em 7 de dezembro de 1848.

Em sua obra, de período imediatamente anterior ao Romantismo (no Brasil), debruçou-se sobre a vida do Rio de Janeiro da primeira metade do século XIX e explorou, sobretudo, o povo comum da roça e das cidades. Com a ajuda de sua singular veia cômica, encontrou um ambiente receptivo que favoreceu a sua popularidade. Construiu uma galeria de tipos que constitui um retrato realista do Brasil da época e compreendem funcionários públicos, meirinhos, juízes, malandros, matutos, estrangeiros, falsos cultos e profissionais da intriga social. Suas histórias giram em torno de casos de família, casamentos, heranças, dotes, dívidas e festas da roça e das cidades.

Após sua morte, ainda vieram a público algumas de suas peças, como "O noviço" (1853) e "Os dois ou O inglês maquinista" (1871). Sua produção foi reunida em Comédias (1898), editado pela Editora Garnier, e em Teatro de Martins Pena (1965), 2 volumes, editado pelo Instituto Nacional do Livro. Folhetins - A semana lírica (1965), editado pelo então Ministério da Educação e Cultura e pelo Instituto Nacional do Livro, abrange a colaboração do autor no Jornal do Comércio (1846-1847).

Martins Pena deu ao teatro brasileiro cunho nacional, influenciando, em especial, Artur Azevedo. Sobre sua obra, escreveu o crítico e ensaísta Sílvio Romero (1851-1914): "...se se perdessem todas as leis, escritos, memórias da história brasileira dos primeiros 50 anos desse século XIX, que está a findar, e nos ficassem somente as comédias de Martins Pena, era possível reconstruir por elas a fisionomia moral de toda esta época".

Uma das principais salas do Teatro Nacional Cláudio Santoro, em Brasília, leva seu nome.

Obra:

A obra de Martins Pena reúne quase 30 peças, dentre comédias, sátiras, farsas e dramas. Destacou-se especialmente por suas comédias, nas quais imprimiu caráter brasileiro, fundando o gênero da comédia de costumes no Brasil, mas foi criticado pela baixa qualidade de seus dramas. No geral, produziu peças curtas e superficiais, contidas em um único ato, apenas esboçando a natureza das personagens e criando tramas, por vezes, com pouca verossimilhança e coerência. Ainda assim, construiu muitas passagens de grande vivacidade e situações surpreendentes e é constantemente elogiado pela espontaneidade dos diálogos e pela perspicácia no registro dos costumes brasileiros, mesmo que quase sempre satirizados.

Estes aspectos da obra de Martins Pena se devem às característica do teatro da época. Quase sempre, após a representação de um drama, era encenada uma farsa, cuja função era aliviar a platéia das emoções causadas pela primeira apresentação. Na maioria das vezes, essas peças eram de origem estrangeira (comumente portuguesa). Martins Pena, então, percebeu que poderia dar ao teatro uma natureza mais brasileira a partir de tipos, situações e costumes, tanto rurais quanto urbanos, facilmente identificáveis pelo público do Rio de Janeiro. Às cenas rurais, reservou a comicidade e o humor, explorados por meio dos hábitos rústicos e maneiras broncas da curiosa gente rural, quase sempre pessoas ingênuas e de boa índole. Já às cenas urbanas, reservou a sátira e a ironia, compondo tipos maliciosos e escolhendo temas que representavam muitos dos problemas da época, como o casamento por interesse, a carestia, a exploração do sentimento religioso, a desonestidade dos comerciantes, a corrupção das autoridades públicas, o contrabando de escravos, a exploração do país por estrangeiros e o autoritarismo patriarcal, manifesto tanto na escolha de profissão para os filhos quanto de marido para as filhas. Apesar disso, nada foi tratado do ponto de vista trágico e nunca um desfecho era funesto; pelo contrário, dada a finalidade destas comédias, que era a de opor-se aos dramas, a trama comum consiste na apresentação dos problemas, na resolução cômica dos empecilhos e no surgimento, muitas vezes com casamento ou namoro sério, de um final feliz.

Peças:

* O juiz de paz na roça, comédia em 1 ato (1838, primeira representação)

* Itaminda ou O guerreiro de Tupã, drama (1839)

* A família e a festa na roça, comédia em 1 ato (1840, primeira representação)

* Vitiza ou O nero de Espanha (1841)

* O judas no sábado de aleluia, comédia em 1 ato (1844, primeira representação)

* O namorador ou A noite de São João, comédia em 1 ato (1845)

* Os três médicos (1845)

* A barriga do meu tio (1846)

* Os ciúmes de um pedestre ou O terrível capitão do mato (1846)

* As desgraças de uma criança (1846)

* O diletante (1846)

* Os meirinhos (1846)

* Um segredo de estado (1846)

* O caixeiro da taverna (1847)

* Os irmãos das almas (1847)

* Quem casa quer casa, provérbio em 1 ato (1847)

* O noviço, comédia em três atos (1853)

* Os dois ou O inglês maquinista (1871)



CARLOS HENRIQUE, CENÓGRAFO

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Caravana FUNARTE, junho de 2007- São Luís

No mês de junho de 2007, o grupo de Teatro Palha viaja ao nordeste com o espetáculo Nu Nery, de Carlos Correia Santos. Através da Caravana Funarte viajamos quatro cidade, sendo a primeira São Luís. Abaixo temos algumas fotos de nossa primeira cidade SL.



Apesar de ser proibido fotografar dentro do avião conseguimos fazer esse registro.












A chegada no aeroporto de São Luís.

















O hotel Ponta da Areia onde ficamos uma semana.








A vista do Hotel, temos ao fundo essa lagoa belíssima.







O famoso guaraná Jesus.











O Albergue, valorizando a arquitetura ainda muito bem conservada do casario antigo.


Monumento-instalação bem próximo ao hotel e a praia Ponta da Areia.














Passeio pelas ruas-ladeiras e casarios antigos de São Luís।















Vista do mar no litoral maranhense.










Fontes públicas de água mineral, uma relíquia.






O ator Leonardo passeando pelas ruas antigas de SL.










Um dos vários passos que existem em são Luís.




































































































































































































































































































































































































































terça-feira, 10 de junho de 2008

Proposta de figurino




Igaramão, personagem do espetáculo "A fábula das águas tristes", de Carlos Correia Santos, encenada pelo Grupo de Teatro Palha, que estreou dia 11 de junho de 2007, na ELETRONORTE, em Tucuruí, estado do Pará. Personagem que exigiu bastante estudo e vários esboços antes de chegarmos ao resultado final. Era de difícil concepção, pois mesclava características de uma backing vocal com Mortícia Adamns, além de ter que representar todos os igarapés, furos e paranás do mundo encantado no qual acontecia a fábula. De início a minha proposta era que fosse um personagem masculino, no entanto era uma escolha muito óbvia.Então resolvemos dá-lhe feições bem andrógenas, que com certeza estimularia a imaginação do público e daria à personagem mais possibilidades lúdicas. Depois de vários estudos, traços, esboços e muito trabalho nasceu Igaramão, nome masculino, mas formas e gestos femininos. A cabeça com vários filetes espalhados davam volume e significavam os infinitos igarapés que a compunham, estes filetes também estavam presentes na roupa.Investiu-se no volume geral do figurino e conseguimos uma boa visibilidade para a personagem, com isso ela ganhou presença de palco impacável. A escolha das cores foi um capítulo à parte, já que elas contribuiriam de forma decisiva no visual cromático não só da personagem, mas no conjunto de toda a composição estética do espetáculo. Enfim, depois de muito trabalho, mas graças ao trabalho de todos os envolvidos, a personagem conseguiu cantar, dançar , envolver a platéia e interpretar com segurança os movimentos e gestos e, isso é importante para que o ator consiga explorar o máximo seu personagem e consiga fazer um grande sucesso. Todos estão de parabéns e aproveito para agradecer pelo excelente trabalho que fizemos!


Carlos Henrique - Cenógrafo

O que é cenografia?




Todas às vezes que vamos ao cinema , `a opera, ao balé e ao teatro ou assistimos qualquer programa de televisão, incluíndo aí as novela, filmes publicitários, musicais, videoclipes e shows. Em todos os exemplos mencionados encontramos um elemento que está sempre presente e que os compõe de uma forma visual agradável de acordo com o espetáculo apresentado: a cenografia.

Então, um espetáculo é composto por vários elementos organizados e orquestrados de tal forma que o espectador possa assisti-lo no seu conjunto e consiga ser surpreendido pela mágica que se faz durante a apresentação. Podemos dizer que todo e qualquer tipo de espetáculo é o resultado de um trabalho coletivo.

Por exemplo, no espetáculo teatral, em geral a equipe é composta por vários profissionais especializados. O encenador ou diretor concebe o espetáculo como um todo( a partir do texto dramático a ser encenado ou de outra proposta sem uso do texto), dirige o trabalho dos atores e coordena todo o grupo. Os atores criam as personagem, ensaiam e atuam. O cenógrafo estuda o texto, ou pesquisa a proposta visual do espetáculo e cria a cenografia, acompanha a execução dos cenários pelos cenotécnicos, pintores ou outros profissionais ( como por exemplo os aderecistas, os que fazem os efeitos especiais, os carpinteiros, os ferreiros, etc.). O figurinista cria os figurinos e acompanha a sua execução pelas costureiras. O iluminador concebe, esquematiza e organiza, além de operar a luz do espetáculo. O programador visual cria o catálogo e o cartaz da peça. O sonoplasta pesquisa e experimenta o som. O coreógrafo - ou outro profissional especializado em expressão corporal - cria e coordena o movimento dos atores em cena. O visagista apresenta a maquiagem. Além de todos esses profissionais existe, ainda, uma equipe administrativa e de produção, responsável pela divulgação, pela compra de materiais, ferramentas, alimentos e objetos necessários, contratos e pagamentos, enfim, todas as questões ligadas a parte burocrática e financeira.

Ocorre com muita freqüência que diretores acumulem a função de cenógrafos ou de iluminador; ou cenógrafos que também fazem figurinos. Há muitos profissionais que atuam em várias áreas ao mesmo tempo. De qualquer forma, o espetáculo é sempre obra do trabalho conjunto de muitas pessoas que unem seus esforços e suas habilidades para montá-lo.

A formação de uma equipe de trabalho sempre depende da proposta e objetivos do espetáculo e muitas das vezes até de fatores como a quantidade da verba que a produção consegue captar. Por isso não há regras nem uma cartilha pronta de como tudo vai dá sempre certo: cada espetáculo é único na sua concepção e no seu resultado, ainda que seja o mesmo texto, cada vez que for encenado por um grupo diferente , com certeza esse espetáculo irremediavelmente será diferente. Além disso, no caso do teatro, mesmo depois de pronto o trabalho, cada apresentação é sempre " diferente" das anteriores, por que a relação que existe entre cena e público muda de acordo com este e com a disposição dos atores, que , não sendo objetos sem emoções, apresentam maneiras inesperadas e surpreendentes de se expressar em cada apresentação.

A cenografia, o figurino, a luz, a maquiagem, os adereços e, de certa forma, o ator são elementos visuais do espetáculo. A cenografia pode ser considerada uma composição sólida esteticamente agradável e funcional que preenche um espaço tridimensional - o lugar teatral. Utiliza-se de elementos básicos como cores, luzes , formas, volumes e linhas. Sendo uma composição apresenta peso, tensões, equilíbrio ou desequilíbrio, movimentos e contrastes.

Nunca se deve confundir cenografia com decoração, desing de ambientes. Cenografia é um elemento exclusivo e que só existe em função do espetáculo( teatral, cinematográfico,etc.), para que o ator, modelo, cantor e demais profissionais que dele se utilissem lhe dêem funcionalidade. Decoração é sinônimo de arquitetura, desing de interores, de ambientação de espaços funcionais para as atividades do dia-a dia.

Cada um dos espetáculos mencionados - cinema, ópera, balé, etc. - é diferente, tem proposta e objetivos diferentes, possui uma linguagem específica. Assim, como elemento desses espetáculos, a cenografia também tem propostas e objetivos adequados a cada espetáculo.

Como foi visto, há muito o que se falar a respeito de cenografia. Há muito o que se estudar , se discutir, debater e pesquisar sobre cenografia. Ela envolve processo subjetivos que ao mesmo tempo expressam desejos e aspirações de uma coletividade, já que envolve muitos profisssionais na sua realização. Este espaço tem essa função, permite que se fale à vontade de cenografia, principalmente do fazer cenográfico realizado em Belém do Pará. Vamos todos! Os que se interessam pelo assunto! Exponham sua sugestões, idéias e críticas e também os elogios. SEJAM BEM VINDOS...