terça-feira, 21 de junho de 2011

ESPETÁCULO SEVERA ROMANA - PARTE IV - PESQUISA DE REFERÊNCIAS

Uma historia famosa na sociedade paraense, que ocorreu mais de um século, reflete a moralidade daqueles tempos: no ano de 1900.

Severa Romana testemunha de fidelidade à vida conjugal, era filha de imigrantes italianos de origem humilde, pariu de sua terra, junto com seu marido à Belém do Grão-Pará em busca de uma vida melhor, para eles e garantir o futuro do filho que vira a nascer. Ao chegar conheceu a Senhora Joana Gadelha que lhes oferece um quartinho de seu humilde barraco para acomodar-lhes, e os mesmos pagassem um preço módico pelo aluguel. O barraco localizava-se entre os números 513 e 521, da Rua João Balbi, entre a Alcindo Cacela e 14 de Março, propriedade de sua comadre Joana Gadelha. O terreno atualmente é ocupado pelo Edifício Antônio Júnior. Aos 17 anos casou-se com um jovem, também de origem modesta, o soldado Pedro Cavalcante de Oliveira, do 15° Batalhão de Infantaria. Sua mãe era lavadeira, tendo como freguesas as alunas do Colégio Santo Antônio, dirigido pelas irmãs Dorotéias. Ao longo de sua infância e adolescência, Severa era transportadora dessa roupa e foi graças ao contato com as freiras que aprendeu a ler e escrever, norteada pelos ditames da fé católica. Uma de suas mestras foi Madre Estefânia Castro, falecida aos 97 anos de idade no ano de 1959. A religiosa é apontada como uma das principais responsáveis por ter transmitido a futura milagreira a importância da fidelidade, entre os deveres conjugais.
Após dois anos de casamento, Severa Romana engravida. Estava no sétimo mês de gestação, quando o marido a apresenta ao Cabo Antônio Ferreira dos Santos, que se encontrava em Belém tranferido do 35° Batalhão de Infantaria do Ceará. O casal decide ajudá-lo, fornecendo refeições e roupa lavada ao militar mediante módico pagamento.
Antonio Ferreira não tardou em ficar fascinado com a beleza da esposa de seu amigo. Na noite do dia 02 de julho de 1900, sabendo que o soldado Pedro ficaria de sentinela no quartel, o cabo seguiu para casa em que estava sendo hospedado sobre o pretexto de jantar mais cedo. Logo após servida a refeição, investiu contra Severa, tentando possuí-la à força. Diante da veemente recusa da jovem, o militar muniu-se de uma navalha e feriu-a mortalmente.
A notícia do crime espalhou-se rapidamente pela cidade, deixando os moradores estarrecidos como nunca antes. A vítima imediatamente passou a ser reverenciada pela população como “mártir da fidelidade matrimonial”.

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